Reflexões de um Servidor!
Sexta - Feira, 27 de Março de 2020
Boa tarde a todos nossos companheiros, filiados ou não.

Esperamos que todos esteja bem de saúde, bem como seus familiares, e reforçamos aqui que a FEMERGS está a disposição de seus associados pelos canais de mídia, sintam-se a vontade em nós procurar.

Hoje não colocarei nenhuma sugestão de análise, gostaria que todos lessem o texto publicado no Facebook e na Página da FEMERGS. Texto este produzido por um grande companheiro servidor público municipal, da cidade de Tiradentes do Sul, Região CELEIRO: João Anschau, além de servidor público é jornalista e um cidadão envolvido em todas as causas sociais de nossa região.
Os nossos telefones estão a disposição na página, e informo que o meu número e o mesmo do meu whatsApp.
NINGUÉM LARGA A MÃO DE NINGUÉM, VAMOS VENCER ESTA CRISE!
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COVID-19
No momento que escrevo este texto o número de infectados pelo COVID-19 no Brasil aumenta progressivamente e em velocidade muito preocupante. Vidas se vão e muitos não entram nas estatísticas dos infectados pelo coronavírus simplesmente por não terem sido testados.

Pelo discurso do Presidente inepto-idiota-irresponsável, a sua preocupação é tão somente com a economia. A vida dos trabalhadores fica em último plano, mesmo que isso signifique a vida de muitos. Um verdadeiro genocídio pode estar a caminho e com o aval do Estado.

E nós, como servidores públicos, como acontece desde o início deste (des)governo federal, não somos prioridade. Por conta disso, estamos constantemente na mira daqueles que pretendem acabar conosco, além de tornar o Estado anêmico e para poucos.

É necessário lembrar à sociedade que para atender a população, CNPJ ou pessoa física, muitos colegas vão para seus postos de trabalho sem a certeza da volta para casa. E mesmo assim, e apesar de tudo, ainda somos taxados de parasitas.

Além das sandices presidenciais, o que está em jogo no atual momento, para além da nossa vivência, é a inesperada, pelo momento que passamos a nível mundial, luta de classes. Fica para nós, a classe trabalhadora, a conta quase toda para ser paga. Estamos sendo responsabilizados diretamente pelo grande capital pela possível desidratação da economia. Não existe almoço grátis e somos nós que devemos quitar os débitos dos privilegiados de sempre.

Setores da burguesia e seus representantes já flertam com a possibilidade, inclusive, da redução de nossos salários. Em nenhum momento estes senhores, por exemplo, mencionam a moratória da dívida pública, que consome do orçamento da UNIÃO 1,6 trilhão de reais somente em 2020, como mecanismo para proteger vidas e economia simultaneamente.

Por conta da última fala desastrosa do "Presidente", mandatários estaduais e municipais defendem a volta da "normalidade" para evitar, na visão simplista dos patrocinadores desta ideia estapafúrdia, a quebra das empresas. Prefeitos e Governadores são pressionados a mudar seus posicionamentos em relação a quarentena. Santa Catarina é o maior exemplo. E nós não podemos ser penalizados por obra de um fundamentalismo doentio e letal.

Não nos negamos em nenhum momento em exercer as atividades e atribuições previstas para os nossos cargos, em setores estritamente necessários, e com servidores em condições e, preferencialmente, fora dos grupos de risco. Mas temos que deixar isso ainda mais claro. Lembrar que estamos atuando em várias frentes para dar condições de que o mínimo necessário funcione. Temos que ter uma posição proativa discordante de tudo o que o Presidente Jair Bolsonaro prega. Não é justo que coloquem a nossa e a integridade do restante da sociedade em risco para atender o chamado do deus mercado. Não é razoável perder colegas por total falta de sensibilidade de gestores que colocam as nossas vidas como algo que pode ser descartado a qualquer momento.

Está na hora de ocuparmos as várias mídias disponíveis para dialogar. Procurar os veículos tradicionais - no rádio podemos acompanhar um festival de bobagens saída da boca de comunicadores totalmente despreparado para o ofício que ocupam -, os portais, as emissoras de tv, o whatsApp.... Temos que fazer esta disputa urgente, mesmo sem as mesmas condições dos bárbaros. Pecar por tentar é melhor que ficar com o peso da omissão.

E a possibilidade de desobediência dos servidores, se obrigados por prefeitos ou governadores, a retornarem a condições que contrariam as determinações da OMS não deve ser afastada e precisa ser debatida com a classe.

Por isso, cabe a pergunta; que remédio jurídico constitucional os representantes das categorias de servidores vão utilizar para preservas as nossas e as vidas dos demais?

Para encerrar, é fundamental recordar a todos que o Estado brasileiro tem a obrigação de fazer valer a Constituição Federal e guardar a vida de todos nós - trabalhadores e empregadores.

À luta companheiros, pela dignidade e pela vida.

*Texto do Servidor Público Municipal, da cidade de Tiradentes do Sul - Região CELEIRO: João Anschau
Fonte: Clarice Inês Mainardi - Diretora de Formação- FEMERGS
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