O presidente da FEMERGS – Vilson João Weber, que também é vice-presidente da CSB /RS e integrante do Fórum Permanente em Defesa do IPÊ Saúde, participou de uma reunião virtual com o presidente do Ipê Saúde Sr. Júlio Ruivo, e infelizmente tivemos a confirmação, de que o IPÊ Saúde teve um déficit/prejuízo em 2021, de mais de R$ 500 milhões e continua com déficit mensal de mais de R$ 70 milhões.
O grande problema surge com o congelamento dos salários dos servidores estaduais há 8 anos, e a contribuição de alíquotas muito baixas, de 3,1% tanto pelo lado do trabalhador, quanto do lado patronal, ou seja, servidores estaduais tem direito ao IPÊ Saúde familiar, tendo uma contribuição de 6,2% entre as partes. Além deste problema temos o Governo Leite, que a exemplo do governo Sartori, atrasa os repasses para o IPÊ, e delapidam o patrimônio do IPÊ, vendendo-o sem que estes recursos entrem efetivamente no caixa do IPÊ Saúde.
Temos mais de 300 municípios e Câmaras de Vereadores que também possuem convênio com o IPÊ Saúde, que tem acompanhamento com cálculos atuariais, e trazem a realidade de percentuais muito elevados de contribuição para ter direito ao Plano de Saúde Ipê. As menores alíquotas estão em 13,6%, porém temos casos de municípios que chegam ao patamar de 40% sobre a folha de pagamento para ter direito ao Plano de Saúde familiar do Ipê.
Na fala que o presidente Vilson fez, na reunião virtual, além das questões mencionadas acima, levantou a notícia que o Governador traz para a população que tem superávit de 2,55 bilhões de reais, e ao mesmo tempo deve para o IPÊ Saúde, demonstrando o descaso que tem com o Instituto que atende mais de um milhão de vidas através do Plano de Saúde.
Segue texto que foi escrito pelo Presidente da FESSERGS sobre a reunião.
“REUNIÃO COM PRESIDENTE DO IPE SAÚDE: SEM RESPOSTAS
A reunião realizada nesta tarde com o Presidente do IPE SAÚDE, só trouxe mais notícias ruins que confirmam o estrangulamento financeiro do Instituto.
Ano passado, o IPE Saúde teve desembolso adicional de 500 milhões por conta da COVID, sem receber nenhum aporte do governo em seu orçamento. Hoje, o déficit mensal é de 70 milhões/mês.
Enquanto isso, o governo do Estado atrasa repasses mensais das contribuições sistematicamente e reduz o orçamento em 200 milhões de reais: em contrapartida, anuncia superávit de 2,55 bilhões!
A Fessergs e o Fórum Permanente em Defesa do IPE SAÚDE destacam que a solução para a crise financeira do Instituto passa pelo Reajuste Geral Anual dos salários dos servidores, congelados há 8 anos e que por tabela se reflete no encurtamento das receitas do IPE, bem como a normalização dos repasses do governo, além de mudanças estruturais necessárias.
Apelamos para uma solução imediata que não penalize ainda mais os segurados que não tem as mínimas condições de aumentar suas contribuições sem nenhuma reposição salarial.
E solicitamos nova reunião com o Governo, através da Secretaria da Administração, responsável pelo IPE.
Quanto ao desembarque dos cirurgiões, a direção disse que já aguardava e demonstrou que não tem noção do que fazer, o que nos causa indignação. https://www.facebook.com/FESSERGS
Sérgio Arnoud / Presidente da Fessergs e CSB RS
Além de não termos mais ANESTESISTAS credenciados, agora outras especialidades estão se organizando e não aguentam o congelamento das alíquotas e atrasos nos pagamentos. Muito preocupados estamos pedindo SOCORRO. A quem interessa este sucateamento do IPÊ Saúde? Vejam matéria baixo.
“Cirurgiões cardiovasculares decidem não atender mais pelo IPE Saúde
Nota publicada por entidades médicas do Rio Grande do Sul informa que os cirurgiões cardiovasculares credenciados junto ao IPE Saúde irão atender apenas emergências pelo plano.
“Informamos que os cirurgiões continuarão exercendo seu mister, fazendo seus atendimentos em caráter particular, observando valores compatíveis com a realidade, sempre ressalvando que as situações de emergência serão atendidas sem qualquer ressalva, como é usual na boa prática médica e da índole de cada médico”, diz a nota.
O SINDICAIXA considera esta situação desastrosa para o conjunto do funcionalismo. Eduardo Leite segue com sua política de sucateamento do IPE Saúde com vistas a sua privatização. “Como ficam os colegas que estão em tratamento? Como deixaram chegar a este ponto?” Questiona o presidente Érico Corrêa.
Embora devamos reconhecer o direito dos médicos de reivindicar seus direitos, esta decisão prejudica muitos servidores que, obviamente, não têm condições financeiras de arcar com despesas particulares, sobretudo em uma área tão delicada da medicina.
Entre servidores do estado, de municípios, órgãos e empresas públicas e dependentes, o IPE Saúde atende, atualmente, cerca de um milhão de pessoas, que, segundo a nota, terão atendimentos apenas para consultas e procedimentos de emergência.
O governo Leite deve urgentemente resolver esta situação. Os servidores amargam já oito anos de congelamento dos salários e, a cada dia que passa, veem seus direitos desaparecer.” https://www.sindicaixars.org.br/noticias/detalhe/3635/cirurgioes-cardiovasculares-decidem-nao-atender-mais-pelo-ipe-saude#